Celulares apreendidos em presídio são doados para estudantes de BH
Aparelhos recolhidos na Penitenciária Nelson Hungria vão ser usados por alunos carentes durante as aulas virtuais na pandemia
Um juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, criou um projeto para repassar celulares apreendidos em um presídio para alunos da capital mineira acompanharem as aulas virtuais durante a pandemia de covid-19.
No total, 464 aparelhos foram repassados à Secretaria de Educação de BH. Segundo o juiz Wagner Cavalieri, que idealizou o projeto, esse tipo de iniciativa está previsto no Código de Processo Final.
— Tínhamos uma grande leva de telefones apreendidos, aguardando ordem para destruição. Então me veio a ideia de utilizá-los para que essas crianças carentes tenham acesso ao ensino online.
Os celulares apreendidos passaram por uma triagem para o descarte de aparelhos estragados. Depois, uma empresa especializada realizou a limpeza física e também de dados. O serviço foi pago com recursos próprios da Vara de Execuções.
A Secretaria de Educação de Belo Horizonte já havia disponibilizado, anteriormente, dois mil tablets para estudantes do projeto Meta Educação, que tem o objetivo de melhorar a aprendizagem dos alunos. Mesmo assim, a subsecretária de educação da capital, Natália Araújo, afirma que 30% dos estudantes tem grandes dificuldades para acompanhar as aulas remotas.
— Alguns não têm aparelho e outros têm conexão ruim ou nem têm internet. Algumas famílias compartilham o mesmo aparelho, o que compromete o horário de estudo.